sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

E, assim, sigo...

Eu queria que as pessoas realmente acreditassem que essa vida é extraordinária e que podemos, sim, alcançar nossos sonhos. Viver o que nem imaginávamos! Em parte, penso isso, porque foi o que eu vivi. Em outra, porque me ajudaria a me manter sã (tão fácil se distrair...).

Mas, pensando bem, de certa forma, antes mesmo de experimentar tudo isso, sempre fui movida pro "algo a mais, sempre fui meio diferente, mais do que a diferença inevitável que cada um tem de ser quem é (se for quem realmente era suposto ser). E, às vezes, me pergunto se conseguiria ser mais como todo mundo. Daí percebo minha presente necessidade de compreensão - e talvez, de companhia, cumplicidade... Só isso mesmo, porque logo em seguida, imaginando como seria ser mais "usual" e "comum" e talvez "igual" (o que não creio ser possível), já nasce em mim a sensação de que tudo meio que perderia a graça, as cores... Eu mesma me perderia.

Talvez o que eu tenho que fazer mesmo seja pensar menos, assumir mais minhas tonalidades destoantes e seguir na trilha que quase ninguém parece estar trilhando - pelo menos, não verdadeiramente. Eu reparei, porque há algumas estações, o caminho está mais silencioso...





terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O que deixamos pra trás

Me identifiquei! ^_^

Um menino caminha: O que deixamos pra trás (link):
"Às vezes, deitado e prestes a dormir, me encontro perguntando para mim mesmo sobre meu dia. Entre vários devaneios filosóficos que normalmente me causam insônia, me questiono sobre o que fiz. Não apenas isso, penso no que deixei pra trás, o que ficou e nunca mais será possível alcançar já que, aquilo, foi consumido pelo passado. Sobre o que podia ter dito e não disse. Sobre ter aproveitado uma oportunidade na qual não aproveitei. E enquanto ficava nesses dilemas, descobri algo que lá no fundo já sabia: sofro da síndrome de não poder ser e fazer TUDO que se é possível. Calma, eu explico.
Você vai e faz um intercâmbio e acaba querendo morar lá para sempre, ao mesmo tempo que quer morar também para sempre no lugar de onde veio e de todos os que conheceu. Sem contar aqueles duzentos ou trezentos que ansia muito em conhecer e sabe por instinto que moraria lá também. Gostar de um local de trabalho que você está e aparecer algum outro que te interesse e, em vez de trocar, poder ficar nos dois. Isso se não aparecer um terceiro. E ainda querer ter milhões de profissões diferentes pra poder fazer tudo, poder preencher todas as lacunas. Tocar todos os instrumentos. Falar todas as línguas. Conhecer todo mundo e o mundo todo. É isso, esse sou eu.
Mesmo com o sonho de que fosse possível me dividir em várias pessoas, ainda prefiro do jeito como as coisas são, pois acredito que a mágica está nisso, não passar de um sonho impossível de se realizar. Por quê? Porque acredito que há uma beleza em se deixar algo depois de ter decidido que uma outra alternativa seja ainda melhor pra você. E ter que selecionar opções pra levar durante a vida toda a torna ainda mais especial. Poder adicionar um novo hobbie na sua lista depois de alguns anos sem um novo e se aperfeiçoar é indescritível. Saber de tudo nos impediria de nos relacionar com as outras pessoas achando que de nada elas nos acrescentariam. E quem somos nós sem as outras pessoas, não é? Como Christopher McCandless aprende no filme Na Natureza Selvagem – filme que todo mochileiro adora – “A felicidade só é real quando compartilhada”.
Quando nos sujeitamos a embarcar numa viagem, somos obrigados a deixar algumas coisas pra trás. E essa é uma das melhores coisas que ela nos proporciona. O viajante aprende que não deve se prender à coisas, muito pelo contrário, deve se apegar ao momento exato em que está vivendo. Assim, que possamos compartilhar de nossas experiências e deixar algumas histórias pra trás. Algum quarto que deixamos vazio por aí e sentimos saudades, hoje é habitado por um novo alguém, que ainda ficará para um outro amanhã. E que, nesse ciclo que muda constantemente, novas histórias se iniciem.
Do menino, que procura poder compartilhar mais.
– Eric Ventura"

Veio pra ficar

Tanto para dizer
Que o pensamento me calou a voz
Aumento meus momentos dos porões
Mato o tormento quando ele se impõe

Se não é dito para o vento tento crer
O sentimento não é de fato real
Vou digerindo a agonia e tudo passa no final
Me interessa a companhia, paz e o cartão postal

Tanto para entender
Os contra-tempos que não param mais
Eu não dedico tempo aos temporais
Dai não tem porque portar punhais

E quanto mais a gente esquenta ou tenta achar
Mais inventa com o que se preocupar
O que me importa é a alegria, mostrar que veio pra ficar
Se hospedar no dia-a-dia e não se acomodar

Mas, o que somos nós?
São tantos sinais
Somos tão sós (x2)

(5 a seco - "Veio pra ficar")


De dois, um



Hoje faz dois
Que de dois se fez um
Um que não resta
Hoje se alegra
Sabe que de metade
Se fez inteira
E no resultado final
Aprendeu que o que subtrai
Nem sempre diminui
Que o que soma
Nem sempre acrescenta
Que o que divide só é melhor
Com inteiros
E que a multiplicação
Não depende de nós
E quando vem
É sempre pra se doar.
Compartilhar.


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Querido cupido,

Nem terno
Nem solos de guitarra
Nem automóvel
Nem músculos

Apenas um par de botas
Boas conversas
Vida simples, livre e leve
Olhares, sorrisos e mãos dadas

Sintonia, compreensão e sonhos
"Me importa a companhia, a paz e o cartão postal".


Eterna infinitude azul


Mergulho nesse céu
Voo mar adentro
Pairo ao luar
Fecho meus olhos
E, simples, sinto
Quanto mais alto, imenso
[imerso]
Quanto mais profundo, infinito
[infindo]
Perco-me
Em toda essa eternidade azul
Repleta de raios de luz
Pequena
Em vertigem
Me desencontro
No relapso repente reflexo
atemporal
Pertenço
Àquilo que todo o mundo sabe
Mas não consegue dar nome.


 


Casarão

Existe um casarão
Toda uma multidão vive lá
Como refugiados
Entorpecidos
Tratam suas chagas
Com as mais fortes drogas


Não percebem
Que a festa ali é artificial
É arapuca brutal
Quando percebem, não sabem
Que todos esses fantasmas
Avistados, bem vestidos,
Os quais os perseguem,
Dos quais não se livram
E paralisam,
É porque vivem em uma casa mal assombrada

Vem!
Há todo um mundo aqui fora!
A luz incomoda
A verdade realmente dói
Ao toque da pele
Mas os fantasmas somem
A noite acaba
O mundo se expande
Vê-se o horizonte...

À espera por mais alguém que também achou a Saída.


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Ausência

Há hortências
Por onde passo
Ausências
Nas quais eu pairo
Há pendências
Por esses pastos
A presença
De Ti, me bastou.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

As árvores me bastariam



As árvores me bastariam
Elas e o Sol somente me acompanhariam
Como numa caminhada pelo jardim
Em paz, silêncio
Trariam
Em seus galhos, pássaros
E em seu céu, bons ventos
Calmaria, sossego
Tudo o que peço e desejo
Pode ser apenas em um momento
Do meu dia, já me eleva e leva de mim tormentos
Beijo a brisa
Esqueço a vida
E vivo altiva
Passarela às nuvens
Em um chão de aventuras
Sigo em sonho
Acordo em paz
Nesse parque
Não deixo que meu coração dispare
Só que tudo o que é vão se passe
E se torne desenhos
Com os quais eu brinco e rabisco no pensamento
Rasuras que permitem a não rasura na realidade
E, à minha imaginação, tudo de ruim, assim, me varre
Medito, retorno e me assento
Finjo que sei para onde vou
Confiando em Quem me tem pelas mãos...


"We do not want merely to see beauty. We want to become part of it." (C.S. Lewis)