quarta-feira, 26 de março de 2014
Entre passos e cestas
Como pode isso? Amar tanto algo em que somos tão falhos... Numa relação de amor e decepção com o basquete e que não é de hoje, nem de oito meses atrás quando voltei a jogar/treinar, mas de desde nunca ter tido oportunidades nem incentivos para praticar, tenho experimentado diversas dificuldades nessa minha história...
Desde pequena, basquete foi o esporte. E, hoje, quando é dia de basquete, eu já acordo pensando na hora em que eu estarei na quadra... (naquele eco que só quem joga sente falta). Dia de basquete podia ser todo dia! Nunca dá preguiça. Não existe a possibilidade de faltar em um treino por bobeira. Levo pancada, soco, toco... Ouço broncas, piadinhas rs... Nada disso me desmotiva.
A decepção vem mesmo da limitação - física, psicológica e de habilidade. Vem de errar o que eu já sei na teoria, errar o que eu achava que já havia aprendido, superado e melhorado. Me frustro com o meu baixo rendimento. Sinto estar atrapalhando o jogo. Assim que erro, constantemente, lembro do meu sonho adolescente que por destino deu espaço a muitos outros.
E ai parece que ora o corpo não vai, ora a mente dispersa... Penso no desfalque ao time, na minha falta de habilidade, no tempo que não volta... Enfim, só sei que uma das melhores coisas que a minha mudança para SP me trouxe foi poder jogar.
Mas, além de pedir desculpas àqueles que têm que aturar a boba aqui que gosta de algo em que é péssima (tipo gente desafinada que atrapalha o coral rsrs), tudo isso me fez pensar em como às vezes em outros aspectos da nossa vida é assim também...
Nós buscamos o que amamos.
Tentamos quando temos oportunidade.
Persistimos se houver foco, apoio e orientação.
Insistimos enquanto acreditamos.
Queremos porque, em algum momento, estabelecemos como alvo.
Aprendi que, mesmo que seja aos trancos e barrancos e errando, enfrentamos dificuldades e desafiamos nossos limites físicos e psicológicos porque a nossa mente tem a capacidade de nos convencer a recomeçar e o nosso coração, o poder de nos encorajar a nos deixarmos vulneráveis...
... quantas vezes for preciso!
terça-feira, 11 de março de 2014
Pro amar não se partir amargo
Tem gente tentando curar o coração
Com outro amor
Não vá se tratar assim, não se remenda
Não há pontos, agulhas, analgésicos
E, infelizmente, nem anestesia
Além do bom e difícil remédio
Composto por tempo, precisão e espera
Receitado a cada um de maneira particular
Senão , depois fica aí, doente
Todo descrente
De que no mundo
Se possa amar verdadeiramente
Coração doente cria chaga
Não cicatriza
Coisa amarga
De se ver
E ruim de se provar
Não lhe digo que não possa distrair-se
Com essas distrações que não nos traem
Mas não se atraia e se atrelasse numa dessas
Que a oportunidade expressa, se apressa
Passa e acontecendo, já se vai
Enquanto isso, a vida é livre
É livro, é sol, é mar
É violão, é canção
É lembrança e sonho bom
É o riso sozinho, o sorriso do amigo
É um filme de tarde, pipoca e chocolate
Poesia que acalenta e acalma o coração
E em paz no silêncio
Do tempo de espera
Tempo de hoje
Tempo preciso
Não se atropela
Pra que qualquer cura se torne completa
Agora, vai e vê
A vida é bela
E não cabe só tão somente no coração
Às vezes é por esta causa que ele se parta:
Para você também possa [re]partir.
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