quarta-feira, 4 de abril de 2012

Eu não quero mais

É, é o que dá vontade de falar.
Não seria tão mais fácil se pudéssemos falar isso e, assim, o nosso problema desapareceria sem que a gente sofresse ou sentisse qualquer coisa depois?

Eu não quero mais.

O que acontece não é o que eu quero, não é o que eu sonho, não é o que espero.
Eu não quero ver isso.
Eu não quero viver isso.
Eu não quero.



Pensando nisso, notei que o fator complicador são as pessoas.
Não como quem complica as coisas, mas a razão pela qual não conseguimos muitas vezes falar "Eu não quero isso". São por causa delas que nos apegamos, que freamos nossa língua quando esta frase está pronta para sair da boca. E isso é bom!

Mas, por que pensamos tanto nos outros?
Não digo sobre pensar no que acham ou deixam de achar, do tipo "o que pensarão de mim", mas por que pensamos tanto no que nossas ações acarretam na vida dos outros e, com o apego a eles, tememos nos magoar?!

Sei que o sentimento de empatia não é marca da nossa atualidade, nem da nossa sociedade. Somos individualistas, mas somos também afetivos.

Por que eu não consigo simplesmente desconectar este plug?
É por que não é uma TV, óbvio: é um ser humano, alguém que amo, preso, cuido e me apego.



Mas meu sentimento de "eu não quero mais ver isso ou conviver com isso" ou "eu não quero assim, não é o que eu espero" agora pesa sobre mim, pesa em lágrimas, pesa sobre os ombros como responsabilidade, pesa como aquele passo perto do precipicio. Basta uma escolha, uma palavra, um gesto, um vacilo e se perde o que se conquistou, aonde se chegou e tudo o que aconteceu. Fatos estes aos quais me apego, não à história, mas a pessoa, porque amo. Amo muito. E até completaria com um "tudo isso".

É como se eu não entendesse nada na verdade, e só quisesse ver aquela luzinha verde para continuar a caminhar.



Eu só queria que Deus me desse um sinal, verde de preferência, para eu continuar a caminhada.
Mas enquanto tô no laranja, eu espero, espero.
E espero nunca ficar vermelho!

Por isso que o ser humano é relacional. Ele não consegue viver para si mesmo apenas, por mais egocêntrico que seja - ele se compara aos outros, ele se envolve com os outros. E quando eu falo "Eu não quero mais", eu na verdade digo "eu quero uma luzinha, uma esperança, um vislumbre de que tudo vai dar certo, quero a solução, agora, se possível, rápido", implorando com todo o meu coração.

Porque por parte me canso e, por outra, descanso - não quero também mordomia, porque a vida é minha e eu quero vivê-la.




Amo demais.
Mas também espero demais.

Essas expectativas, esses anseios... eu também não quero mais!

Não sei se fui clara.

Um comentário:

  1. Engraçado... As vezes vc poe em palavras sentimentos q eu nao falo pra ngm..
    Tb oro mto por vc amiga..
    Beijiiinhos, fica com Deus

    » Marília

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