À minha mãe

Mãe,

Você merece uma flor e não um buquê,

Porque, no início, eu precisei apenas de uma mãe, de um colo, de um sustento. E em sua unicidade, encontrei MUITO MAIS.

Você merece uma flor e não um buquê,

Porque você foi meu primeiro abrigo, minha primeira casa. E ali me senti completa, quieta, segura.

Você merece uma flor e não um buquê,

Porque você não se deu em partes, mas se doou em sua totalidade, sendo uma foi tudo que eu precisava.

Você merece uma flor, porque és bela em sua SINGULARIDADE.

E o buquê não simboliza o quanto és ÚNICA para mim.

E você merece uma carta e não um cartão.

O cartão foi feito por outros que nem te conhecem, não sabem nem sentem o que o quão valorosa és para mim.

A carta é o meu tempo em palavras, é meu esforço de debruçar sobre o papel para tentar lhe falar um pouco de tudo o que sinto por você ser minha, e ser MÃE.

O cartão eu compro em um minuto, a carta eu crio em muitos minutos. O que ainda é pouco comparado aos meses e anos de sua dedicação a mim. Mas é mais que o minuto de esperar o troco.

O cartão é formal, é usual, é comum. A carta é pessoal, é ÍNTIMA, é particular, é verdadeira.

O cartão tem desenhos e imagens lindas, mas a carta contém tanto meu coração e meus sentimentos quanto minhas rasuras e meus erros. E é assim que você me conhece e me ama – sendo eu quem eu sou, com minhas qualidades e também meus defeitos.

O cartão é sofisticado, a carta é simples. Mas foi exatamente em sua simplicidade que me ensinou as lições mais lindas que eu poderia aprender.

O cartão é um papel especial, para ocasiões especiais. A carta pode ser escrita em qualquer papel e a qualquer hora. E você foi mãe e esteve e está comigo em qualquer situação: perto ou longe, dia ou noite, feliz ou triste, saudável ou doente, obediente ou errante.

 Então, entenda. Não te darei um buquê, não te darei um cartão.

Darei uma flor e uma carta, mas saiba que para sempre tens meu coração.