terça-feira, 22 de outubro de 2013

Confissões de [minha] caneta



O que escrever nessas páginas em branco?
Essas que estão a se seguir
Sem discernir
Apenas existem
Esperam
A [minha?] escrita,
Que virá, ah, sim, virá...

Fico pensando:
Tantas linhas
Tantas palavras caberiam nelas
Nas linhas, ali, estas.
Indecisa que sou,
Querendo todas as possibilidades abraçar, conhecer, envolver, relatar...
Mas estou eu, aqui, tentando escolher a correta, a melhor, a mais bonita, a mais adequada
Para cada espaço
em cada um dos riscos
das linhas
das folhas
das páginas.
A cada uma que escrevo, morrerem diversas outras possíveis!
Afinal, não seria esta a matemática
            da linguagem,
            da escrita,
            da vida:
da mesma forma como começamos a morrer quando nascemos,
e da mesma forma como posso enxergar meio copo cheio ou meio como vazio...

O que importa? Quando...

...no final, o que queremos saber é
qual será o título da obra
e o que veio primeiro:  "o ovo ou a galinha?" -
a palavra escrita, a caneta ou o risco dessa linha na folha dessa página [da minha vida]?