quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Querido cupido,

Nem terno
Nem solos de guitarra
Nem automóvel
Nem músculos

Apenas um par de botas
Boas conversas
Vida simples, livre e leve
Olhares, sorrisos e mãos dadas

Sintonia, compreensão e sonhos
"Me importa a companhia, a paz e o cartão postal".


Eterna infinitude azul


Mergulho nesse céu
Voo mar adentro
Pairo ao luar
Fecho meus olhos
E, simples, sinto
Quanto mais alto, imenso
[imerso]
Quanto mais profundo, infinito
[infindo]
Perco-me
Em toda essa eternidade azul
Repleta de raios de luz
Pequena
Em vertigem
Me desencontro
No relapso repente reflexo
atemporal
Pertenço
Àquilo que todo o mundo sabe
Mas não consegue dar nome.


 


Casarão

Existe um casarão
Toda uma multidão vive lá
Como refugiados
Entorpecidos
Tratam suas chagas
Com as mais fortes drogas


Não percebem
Que a festa ali é artificial
É arapuca brutal
Quando percebem, não sabem
Que todos esses fantasmas
Avistados, bem vestidos,
Os quais os perseguem,
Dos quais não se livram
E paralisam,
É porque vivem em uma casa mal assombrada

Vem!
Há todo um mundo aqui fora!
A luz incomoda
A verdade realmente dói
Ao toque da pele
Mas os fantasmas somem
A noite acaba
O mundo se expande
Vê-se o horizonte...

À espera por mais alguém que também achou a Saída.


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Ausência

Há hortências
Por onde passo
Ausências
Nas quais eu pairo
Há pendências
Por esses pastos
A presença
De Ti, me bastou.