quinta-feira, 16 de julho de 2015

Newton, puxa um banquinho e vem cá...

Newton, puxa um banquinho e vem cá...
Venha, se achegue, que a gente precisa conversar
Me diz, cá, amigo, o que foi revelar?!
Foi por primeiro ao mundo avisar
Que a inércia me entende, e me faz só
Solamente repousar
Mas, que isso, querido,
Todo mundo discrente
Está vindo me cobrar
E eu só queria ficar bem
Bem inerte ali no sofá!

Mas que passe essa parte, vamos ao ponto de encontro
Que acelera e o que pesa só vem me atrapalhar...

Ah, deixemos tudo isso pra lá
Física, físico amigo, é pra mim contas a esperar...


Undizível

Mesmo que eu faça poesia
O que há tempos não fazia
Não há o que se corrija
Não há o que se exija
Do mistério presente
Discrente da rima rimada
Da sílaba encaixada
Que eu produzi?

Algo me foge às rédeas
Algo me prova, reprova e faz média
Sem que eu pedisse
Alguém entendeu o que eu sempre disse
Ou quis dizer
Ou sou e quis ser

Esse meu estranho jeito de interpretar
De ver no desastre a esperança
De ver na dor, a alegria
Na limitação, o aprendizado
Fácil?
Não, amigo
Nunca disse isso
Mas sorrio e eu sei que incomoda o sorriso
A quem não entende
O que eu digo.

Talvez falta inocência
Talvez falta simplicidade
Talvez me foge a realidade
Talvez se não me encantasse com a novidade
De cada dia, de cada idade
Talvez eu finalize bem melhor cada fase...

Mas se não tem erro como saber do acerto?
Estou certa que o melhor é me calar
Viver, reler e aprimorar.




Não sei me ler

Não sei me ler
Não sei como interpretar o que faço
Nem exatamente entender as palavras que escrevo
Como elas soam?
A quem elas alcançam?
O que elas procuram?

Não sei me ler
É preciso bons óculos
Que nos meus olhos não se encontram
E me privam, de eu me encontrar.

Não sei me ler
Quem sabe binóculos
Alcancem um dia
Avistem-me em um prisma
Que um dia traduza tudo em [a]mar

Salto

Meu salto agora é outro
Não é alto, nem perigoso
Não é metido, nem engenhoso

Salto descalça ainda
Mas não salto a toa
Salto no sal, no doce e no amargo
Salto e solto
Solta, me salta a saudade
Da praia, do mar, da areia
Do mergulho, do sol, da sereia


Hoje ainda salto em sonhos
Não tão solta e ingênua
Mas sabendo Onde saltar
Sei Quem me soltou
E me saltou aos olhos:
a liberdade nunca esteve no salto
Mas na Rocha sob os meus pés.