terça-feira, 31 de março de 2015

Meu relapso de vaidade

O barulho da água do chuveiro no ouvido.
A montanha de roupas coloridas.
A música composta em outra língua no silêncio.
A crença de que a lua, de algum modo, me influencia.
Um e-mail pra se ler no futuro.
A contagem das calorias.
A pilha de livros a beira da cama.
Os equipamentos acumulados.
As malas vazias.

O cabelo que cai. 
E o fio branco que aparece. 
O par de sapato sem par. 
Essas horas vazias. 
Tudo indica que o tempo passa e tudo o que tenho é razão de alegria.

Mas em mim algo triste vai,
a mim algo escuro fica: 
a vaidade de querer mais, 
mesmo sabendo que nem a vida merecia.

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