sábado, 3 de maio de 2014

Quando deixei o coração dizer

Tudo o que eu quero dizer
É que não está nada fácil
Não mesmo.
Então, abri uma fresta
Pro ar entrar
Pro som se ouvir
Pra emoção sair...
Mas saindo,
Mesmo assim, ficou.

A parte que foi, falou:

Quisera eu que o meu silêncio te invadisse
Desconfundisse tudo o que disse
ou quis dizer.

Quisera eu que se desfizesse
O que relembro
Noite a dentro
E me faz saltitar no peito
Apertado
Os desejos
que confundem

Quisera eu
Sim, eu quis.
Depois, não quis.
E não querendo, tive,
E retive por um tempo
E já, então, não sei...

Quisera eu
Mais uma vez
Um pouco mais sóbrio
Um pouco mais tátil
Um pouco mais próximo
Um tanto consciente
Mais verdadeiro e convincente

Quisera eu que você visse
Que o simples estar
Já é suficiente.

E o que eu quis foi pouco
E o que eu quero é simples
E o que eu tenho é o que sou

E é perto disso, que a parte restou, falou:

Pode fechar a fresta
Não contesta
Que se, à porta, bater
Abrir-se-vos-á

Mas se não vir.
Assim mesmo ficará.



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