quinta-feira, 11 de setembro de 2014

"Saldades"

Hoje eu senti saudades de você
Ainda mais por saber onde está
E mais ainda pelas paisagens conhecidas
Recordadas, sem recortes, tão bem vividas

Hoje eu senti saudades do mar
Ainda mais por saber onde se encontra
E ainda mais por ele poder encontrar você
Que está longe de mim

Nessa praia eu cresci
- nela, eu quase nasci! -
Nela, quase que você a vida me deu!

De areia fofa, branca, leve
Quem vai a ela esnoba a neve

Parece sonho em que aparece o vento
- E que vento! -
E vai e vem
E leva embora todo e qualquer tempo cinzento
Leva os meus medos, os meus tormentos
As suas dores, cura amores, os nossos anseios
Me leva a ti, de quem eu hoje estou com saudades
- Por pouco tempo, hei de revê-la
Meu colo, meus braços, minha companheira!

Parece doce em que se fazem as flores
- E que flores! -
Que vêm e vão
E levam embora toda e qualquer solidão
Lava minh'alma, meus pés, minhas mãos
Retira o sal, que se acumula ao se expor
- Mas não me arde, nem os olhos nem o rosto
Sem desgosto, sigo a cantarolar, de tudo que aprendi contigo à beira-mar!

Minha protetora,
Me guarda de guarda-sol
Desde manhã ao arrebol
Vai comigo à areia
E "no máximo, até ali na beira"
Pra vigiar, pra viajar
Pra acompanhar
E ver o mar


Por tantas ondas nós passamos
Quantas tardes será que foram?
Quantas empadas? Quantas cangas?
Quanta espera, pelo resultados das provas
Pra que todos nós logo fossemos embora
Pro que nos unia com o Sol, com o Céu, com o Sal, com o Mar
Nos tornava um só,
5 em um só momento
A um só momento a esperar!

Mas nós duas restamos aqui
Nesse argumento
Nessa prosa

Aí, você está vendo,
e eu, de longe, to sentindo
Ambas estamos nos revendo,
De algum jeito, atendendo
Àquilo que nos faz feliz!

E sem dar cabo
Eu me acabo nesse frio
- Cabo Frio - 
Hoje é nosso oásis
Particular
É nossa fuga, nosso mar, nosso Sol
Nossas dunas, nossa rua
Nossas férias, nossa bolha - mas sem bolhas! -
É tudo nosso, sem a nós nos pertencer.



A vida vai correndo, né, mãe
Juntamos retratos,
Dividimos assentos
Caímos, andamos, fechamos os olhos
Perdemos cabelos, chapéus, jornais...
E os mesmos pés que tanto andaram lado a lado
Estão distantes nesse instante
E os livros que escreveríamos ficam na mesma estante
- imaginária -
Esperando nossos poemas
Mas a gente conserva alguns só pra nós duas!
Esconde um aqui, e vários outros no mar
Que hoje a gente prefere aproveitar a maré
Tomar um sol, Sentir a maresia
E beber refrigerante.

"Há tempo para tudo"
Que haja tempo pra muita história ser escrita
Revista, poetizada, pintada, retratada,
Contemplada
Porque, mamãe, o que a gente vive é Arte
O que nós experimentamos é Graça
E em meio a tanta paixão,
a toda essa natureza, pureza, amor e satisfação
Há de ser admirada
A breve, leve, linda Vida
Que produzimos, aqui, ali, ai
Juntas ou separadas
Te amo sem fim!
(Esse é o nosso Forte)


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