quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Maldita Rosa



Maldita Rosa
Essa que recebo sorrindo
E me espeta quando dela vou cuidar
Pegar
Me apegar

Maldita Rosa
Que ao meu lado fica
Essa que ao despertar
Me traz bom humor
Só pra depois, ao fim do dia,
Ao retornar
Estar ali
Sem odor
Nem amor
Sem braços
Nem assuntos

Maldita Rosa
Que me homenageia
Parece ser tão única
Por segundos, me lisongeia
Especial sobremaneira
Mas permanece uma desculpa
Uma premissa de que está tudo bem
Quando o que há
É pura ausência

Maldita Rosa
Traz esperança
Mantém à linha
Rega a espera
EsGOTAndo a paciência
Que já não havia

Maldita Rosa
Esta que me envia
Nem me entrega
Me manda
Esperto
Sem se espetar
Não segura
Para não se ferir
E seguir a nutrir
O que se devia podar

Mas cansei
Não me envie rosas
Não me envie flores
Não me prenda
Se você mesmo não quer se render

Que a rosa fique na roseira
E que eu, no escuro da noite, fique a ler em minha cama
O livro que está na cabeceira

Que a rosa fique lá
E eu aqui
E que, ao invés de me perder em pensamentos,
Em falsas esperanças que ela me traria ao pé da cama,
Eu termine a história de um livro que me dá o que eu quero
O que eu sonho e que espero:
Um final feliz.

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